sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Chega dessa história!



Sente-se, vamos conversar. Eu sei que tenho me mostrado ausente, pois essa é mesmo a intenção. Olha, ultimamente meus pensamentos estão mais confusos do que jamais estiveram, eles estão mais perdidos que o colar jogado por Rose ao mar no Titanic, mas eu juro, eles estão tentando se encontrar.
Vamos trazer à tona os nossos problemas de casal, quando nem isso somos mais. Eu pensei que quando nós terminamos, os problemas embutidos em nosso relacionamento acabariam também, além de pensar que seria fácil te esquecer, só que mesmo depois de tantos meses eu sinto que muita pouca coisa mudou. Sabe, eu queria entender o que passa pela sua cabeça, pois mesmo que eu tenha alguma ideia do que seja, a confirmação é sempre melhor. Eu sou para você agora, uma distração que você contacta nos momentos de carência.
Sinceramente, da última vez que nos encontramos na sua casa, em pleno dia dos namorados, eu tive a sensação que as coisas voltariam ao "normal". Pensei que daquele dia em diante, nós voltaríamos a ficar juntos de verdade, como um só. Seu teatro foi tão bom que me convenceu. Passou a notícia para amigas minhas, dizendo que muito em breve seríamos um casal.
Não sei se essas palavras foram verdadeiras e agora elas nem mesmo me interessam mais, só que se esse seu discurso barato foi sincero, eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas. Dessa nossa relação tão desgastada pelo tempo como você disse, o que seria diferente caso voltássemos? Nada. Se algo realmenre fosse mudar, teria mudado nas voltas dos nossos "ensaios" para o fim e você sabe disso tão bem quanto eu. Que futuro nós teríamos depois de todas as coisas que aconteceram no desenrolar desses meses? Nenhum. Não temos mais nada em que prosperar, não temos paciência, não temos respeito, não temos o brilho de um casal apaixonado. E por último, o que nós poderíamos acrescentar na vida do outro? Sinceramente, nada.
Eu não gosto de estar sem você, mas agora eu tenho me divertido mais do que nunca! Saio com minhas amigas, converso com quem eu quero, não tenho que dar satisfação de nada do que eu faço para ninguém. Você cortou minhas asas e ainda fechou a minha gaiola! Eu estou vivendo o melhor momento da minha vida e eu jamais estaria fazendo tudo que eu faço agora se nós ainda estivéssemos juntos. Amo sair com as meninas, dançar em cima das mesas, ficar muito louca e não pensar no dia do amanhã. Se eu precisasse de um pai, eu não teria nem começado nada com você. Era suposto a ser bom, mas havia tempos que aquilo que vivemos passara de algo mágico para uma eterna prisão.
Sabe, eu não quero vim aqui e jogar nas suas costas toda a responsabilidade de não termos dado certo. O que eu queria, era que você refletisse sobre todas as minhas indagações, parasse de me procurar, e, nos meus momentos de fraqueza indo atrás do seu colo, você ignorasse. Isso vai ser tão melhor, quem sabe um dia, assim, poderemos nos ver como apenas pessoas que em um passado não tão distante participaram da vida uma da outra? Eu não quero mais que você tenha o conforto de em uma ligação me ter embaixo dos seus lençois, porque isso só me faz mal. Agora que eu percebi suas armadilhas em volta de mim, quero me afastar pra não correr o risco de ser pega denovo e denovo e denovo. Nós somos e fomos o retrato de muito desequilíbrio emocional para um só casal e eu não quero mais ser um modelo disso.
Assim, termino dizendo que não entendo e nem tenho noção de como tudo será daqui pra frente. Espero que, assim como na música, "tudo se renove pra nós dois, nossas vidas são tão diferentes, viva agora tudo o que sonhou", pois eu já estou vivendo e não te deixarei atrapalhar isso outra vez.

Texto escrito no dia 07/07/12. Memórias passadas.

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